O
Brasil, país tropical de grande extensão territorial, apresenta uma dinâmica
geográfica marcada por rica diversidade. A interação e a interdependência entre
os diversos elementos físico-naturais da paisagem (clima, relevo, solo,
vegetação, hidrografia e vegetação) explicam a existência dos chamados domínios
morfoclimáticos (ou geoecológicos), que podem ser entendidos como uma
combinação dos diversos elementos da natureza, individualizando uma determinada
porção do território.
Aziz
Nacib Ab’Sáber, pensando na relação entre esses elementos naturais, no Brasil, classificou
na década de 1960 a existência de seis grandes paisagens naturais, os chamados Domínios Morfoclimáticos: Domínio
Amazônico, Domínio dos Cerrados, Domínio das Caatingas, Domínio dos Mares de
Morros, Domínio das Araucárias e Domínio das Pradarias.
Em
contato entre estes grandes domínios acima relacionados, encontram-se inúmeras faixas de transição, que apresentam
elementos típicos de dois ou mais deles (Pantanal, Agreste, Mata de Cocais, entre
outros).
Dos
elementos naturais, os que mais influenciam na formação de uma paisagem natural
são o clima e o relevo, como são demonstrados no tópico de Geomorfologia, eles
interferem e condicionam os demais elementos, embora sejam também por eles
influenciados. A cobertura vegetal, que mais marca o aspecto visual de cada
paisagem, é o elemento natural mais frágil e dependente dos demais (síntese da
paisagem).
Ø Elementos Naturais que Compõem os Domínios Morfoclimáticos
Clima
O País
apresenta predomínio de climas quentes ou macrotérmicos e chuvosos, devido à
sua localização intertropical, apresentando grande porção de terras na Zona
Tropical e Equatorial e pequena porção na Zona Temperada (Subtropical) do Sul.
É
fundamental perceber que a diversidade climática (áreas de diferentes aspectos
quanto à pluviosidade e a temperatura) do País é positiva para a agropecuária e
é explicada por vários fatores, destacando-se a latitude, a
continetalidade/maritimidade e a atuação das massas de ar (frias/quentes e
secas/úmidas).
Relevo
O
relevo brasileiro é de formação antiga - pré-cambriana (mais de 542 milhões de
anos) -, sendo erodido e, portanto, aplainado. Apresenta o predomínio de
planaltos, terrenos sedimentares e certas áreas com subsolo rico em recursos
minerais. Outro aspecto importante consiste na ausência de vulcanismo ativo e
fortes abalos sísmicos, fatos explicados pela distância em relação à divisa ou
encontro das placas tectônicas, pois o país se encontra no interior da placa Sul-americana,
somado à idade antiga do território.
Solos
O
Brasil possui uma rica diversidade de ambientes pedológicos (solos), ao qual,
para o país, são classificados 13 diferentes ordens (tipos) de solos, cada
ordem ainda é dividida em outros: subordem, classes, entre outros. Sendo o solo
um componente da paisagem advindo dos fatores naturais: material de origem
(rocha), clima, organismos vivos, relevo e tempo.
Hidrografia
O
Brasil possui 9 grandes regiões hidrográficas, como apresentadas no tópico de
Hidrosfera, de grande diversidade. Alguns Domínios Morfoclimáticos possuem 2 ou
mais dessas regiões hidrográficas.
Vegetação
O
Brasil possui também enorme diversidade de ambientes fitogeográficos
(vegetação), composto genericamente por 6 grandes regiões fitogeográficas:
Amazônica, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Mata de Araucárias e Pradarias.
Ø O DOMÍNIO AMAZÔNICO
Floresta Ombrófila
Densa – Floresta Amazônica
Fonte: klebercaverna.blogspot.com
Relevo
O
Domínio Morfoclimático Amazônico apresenta um relevo formado essencialmente por
depressões, originando os baixos planaltos e planícies. Apenas nos extremos
norte e sul desse domínio, é que ocorrem maiores altitudes, surgindo os
planaltos das Guianas ao norte e o planalto Central Brasileiro ao sul. Estes
planaltos são as áreas mais elevadas do domínio Amazônico, onde as áreas mais
elevadas estão junto à divisa com a Venezuela – Pico da Neblina -, e os
planaltos das Guianas e Central.
A maior
parte do Domínio Amazônico apresenta um relevo caracterizado por terras baixas.
As verdadeiras planícies (onde predomina a acumulação de sedimentos) ocorrem
somente ao longo de alguns trechos de rios regionais; os baixos planaltos (ou
platôs), também de origem sedimentar, mas em processo de erosão, apresentam a
principal e mais abrangente forma de relevo da Amazônia.
Clima
A
Amazônia apresenta o predomínio do Clima
Equatorial. Trata-se de um clima quente e úmido. Região de baixa latitude
que apresenta médias térmicas mensais elevadas que variam de 24 °C a 27 °C.
A
amplitude térmica anual, isto é, as diferenças de temperaturas entre as médias
dos meses mais quentes e mais frios, é baixa (oscilações inferiores a 2 °C); os
índices pluviométricos são extremamente elevados, de 1500 a 3000 mm anuais,
chegando a atingir mais de 3000 mm; o período de estiagens é bastante curto em
algumas áreas. A região é marcada por chuvas o ano todo.
Hidrografia
A
hidrografia amazônica é riquíssima, representada quase que totalmente pela
bacia amazônica. O rio principal, Amazonas, é um enorme coletor das chuvas
abundantes na região (clima Equatorial); seus afluentes provêm tanto do Norte
(margem esquerda), como o Negro, Jari, Japurá, quanto do Sul (margem direita),
como o Juruá, Purus, Madeira, Xingu.
O rio
Amazonas (e alguns trechos de seus afluentes) é altamente favorável à navegação,
por se rios de planície, sem acidente geográfico. Por outro lado, o potencial
hidráulico dessa bacia é atualmente considerado, sendo o mais elevado do
Brasil, localizado, sobretudo nos afluentes da margem direita que formam grande
número de quedas e cachoeiras nas áreas de contatos entre o planalto Central Brasileiro
e as terras baixas amazônicas.
Solos
O Domínio
Amazônico apresenta, em geral, solos de baixa fertilidade. Apenas em algumas
áreas ocorrem solos de maior fertilidade natural, como os solos de várzeas em
alguns trechos dos rios regionais e a terra
preta, solo orgânico bastante fértil (pequenas manchas).
Vegetação
A floresta
amazônica, principal elemento natural do Domínio Amazônico, abrangia quase 40%
da área do País. A vegetação amazônica é caracterizada pelas seguintes
características: perene (folhas o ano inteiro), latifoliada (folhas grandes),
heterogênea (diversidade de espécies) e higrófila (vegetação adaptada a
bastante umidade).
Fonte: http://interna.coceducacao.com.br/ 1
1 - Mata de Igapó - ou Caaigapó, localizada
ao longo dos rios nas planícies permanentemente inundadas. São espécies do
Igapó a vitória-régia, piaçava, açaí, cururu.
2 - Mata de Várzea: localizada nas
proximidades dos rios, parte da floresta que sofre inundações periódicas. Como principais
espécies têm a seringueira, sumaúma e copaíba.
3 - Mata de Terra Firme: ou Caaetê, parte
da floresta de maior extensão localizada nas áreas mais elevadas (baixos planaltos),
que nunca são atingidas pelas enchentes. Além de apresentar a maior variedade
de espécies, possui as árvores de maior porte. São espécies vegetais da
castanheira e mogno.
Ø DOMÍNIO DOS CERRADOS
Parque Estadual do
Juquery - Campo Cerrado
CyypiuFabQaA
O
cerrado é um domínio característico da parte central brasileira, apresentando
terrenos cristalinos (as chamadas “serras”) e sedimentares (chapadas), com
solos muito precários, ácidos, muito porosos, altamente lixiviados e intemperizados.
A
expansão contínua da agricultura e da pecuária moderna exige o uso de
corretivos com calagens e nutrientes, que é a fertilização artificial do solo.
A região tem sido devastada nas últimas décadas pela agricultura comercial
intensiva de policultura, principalmente a soja.
Relevo
A
principal unidade geomorfológica do Cerrado é o planalto Central, bastante
desgastado pelos processos erosivos pluviométricos, e por terrenos sedimentares
que formam as chapadas e os chapadões - planaltos.
Clima
O
principal clima do Cerrado é o tropical continental (semi-úmido); apresenta
estações do ano bem definidas, uma bastante chuvosa (verão) e outra seca
(inverno), isso caracteriza a sazonalidade
climática; as médias térmicas são elevadas, oscilando entre 20 °C a 28 °C e
os índices pluviométricos variam em torno de 1 500 mm anuais.
Hidrografia
É uma
região com baixa densidade hidrográfica (de rios), sendo este domínio caracterizado
com divisor de águas das bacias do São Francisco, Platina, Leste e Amazônica.
Os rios
são perenes, mas passam por 2 momentos anuais: vazante (inverno seco) e cheias
(verão chuvoso).
Solos
No
Domínio do Cerrado predominam os solos pobres e bastante ácidos (pH abaixo de
6,5). São solos altamente intemperizados e lixiviados, que, para serem
utilizados na agricultura, necessitam de muitos corretivos tais como: método da
calagem, que é a adição de calcário ao solo, buscando à correção do pH.
Vegetação
O Cerrado
apresenta normalmente dois estratos de vegetação: arbóreo-arbustivo, com árvores de pequeno porte e herbáceo, de gramíneas e vegetação
rasteira.
Os
arbustos possuem os troncos e galhos retorcidos, caule grosso, casca espessa e
dura e raízes profundas. O espaçamento entre arbustos e árvores é grande,
favorecendo a prática da pecuária extensiva.
Ao longo
do curso dos rios, áreas com maior umidade do solo, surgem pequenas e alongadas
florestas, denominadas Matas Galerias
ou Ciliares.
Ø O DOMÍNIO DAS CAATINGAS
Vegetação Xerófita –
Caatinga Nordestina
Fonte: Fonte: http://hudsonfp.blogspot.com/2010/10/
plantas-da-caatinga-xique-xique.html
Este
domínio é marcado pelo clima tropical semi-árido, vegetação de caducifólia
(perca de folhas), relevo erodido, destacando-se o maciço nordestino e a
hidrografia intermitente (seca em momentos de falta de chuva). Localizada na
sua maior parte na região do Nordeste brasileiro.
Relevo
No
domínio Morfoclimático das Caatingas predominam as depressões interplanálticas,
principalmente a Sertaneja e a do São Francisco.
A leste
atinge o planalto de Borborema (PE) e a Chapada Diamantina (sul da Bahia). O
interior do planalto Nordestino é uma área em processo de pediplanação (planas),
isto é, a influência das chuvas é pequena (clima semi-árido) nos processos
erosivos, predominando o intemperismo físico (variação de temperatura) e ação
dos ventos (erosão eólica), que vão aplainando continuamente o relevo
(fragmentação de rochas).
Clima
O
domínio da caatinga possui clima tropical semi-árido, caracterizado pelas
temperaturas elevadas, chuvas escassas e irregulares. O período chuvoso no
Nordeste “seco” é denominado pelo sertanejo de “inverno”, ou seja, a maioria da
pluviosidade, que tem entre 600 a 750 mm anuais, se concentra nos meses de
“inverno”.
Hidrografia
A mais
importante bacia hidrográfica do Domínio da Caatinga é a do São Francisco.
Apesar de percorrer áreas de clima semi-árido, é um rio perene, pois tem sua
nascente em áreas de clima tropical úmido, embora na época das secas possua um
nível baixíssimo de águas devido aos afluentes do nordeste diminuírem seu nível
de água e até mesmo secaram em um determinado período do ano.
Rio de
planalto, apresenta, sobretudo em seu médio e baixo curso, várias quedas,
favorecendo a produção de energia elétrica (usinas de Paulo Afonso,
Sobradinho,etc.).
Além do
São Francisco, existem vários outros rios que drenam a Caatinga: os rios
intermitentes (ou temporários) da bacia do Nordeste como o Jaguaribe, Acaraú,
Apodi, Piranhas, Capibaribe, etc.
Solos
Os solos
do Domínio da Caatinga são, geralmente, pouco profundos devido às escassas
chuvas (baixo intemperismo químico) e ao predomínio do intemperismo físico.
Apesar disso, apresenta boa quantidade de minerais básicos, fator favorável à
prática da agricultura. A limitação da atividade agrícola é representada pelo
regime incerto e irregular das chuvas, ou seja, a falta de água. Problema que
poderia ser solucionado com a prática de técnicas adequadas de irrigação.
Vegetação
A
paisagem arbustiva típica do Sertão Nordestino, que dá o nome a esse domínio é
a caatinga. Possui grande heterogeneidade quanto ao seu aspecto e à sua
composição vegetal.
Em
algumas áreas, forma-se uma mata rala ou aberta, com muitos arbustos e pequenas
árvores. Em outras áreas, o solo apresenta-se quase descoberto, proliferando os
vegetais xerófilos, como as cactáceas e as bromeliáceas. É uma vegetação
caducifólia (na época das secas as plantas perdem suas folhas, evitando a
evapotranspiração).
Os
brejos são as mais importantes áreas agrícolas do Sertão. São áreas de maior
umidade, localizadas em encostas de serras ou vales fluviais.
Ø DOMÍNIO DOS MARES DE MORROS FLORESTADOS
Morros em
"meia-laranja" (Foto: Wikimedia Commons)
Relevo
O
aspecto característico do Domínio dos Mares de Morros encontra-se no relevo e
nos processos erosivos.
O
planalto Atlântico é a unidade do relevo que mais se destaca. Nesse planalto
estão situadas as terras altas do Sudeste, constituindo um conjunto de
saliências ou elevações, abrangendo áreas que vão do Espírito Santo a Santa
Catarina, entrando nos estados de São Paulo e Minas Gerais para o interior do
território brasileiro.
O relevo
é constituído, além dos planaltos dissecados (os mares de morros), por várias
serras regionais como a do Mar, Mantiqueira, Geral, Espinhaço, Caparaó (Pico da
Bandeira = 2 892 m).
A
erosão, provocada pelo clima tropical úmido, associada a um intemperismo
químico significativo sobre os terrenos cristalinos (granito/gnaisse), é um dos
fatores responsáveis pela conformação do relevo, com a presença de morros com
vertentes arredondadas (morros em Meia Laranja, Pães-de-Açúcar).
Clima
Por ser
encontrar localizado desde a região Nordeste até o Sul do Brasil, os Mares de
Morros apresenta uma enorme diversidade dos seus elementos naturais,
principalmente o clima.
O
Domínio dos Mares de Morros apresenta o predomínio do clima tropical úmido. Na Zona da Mata
Nordestina, as chuvas concentram-se no outono e inverno. Na região Sudeste,
devido a maiores altitudes, o clima é o tropical
de altitude, com médias térmicas anuais entre 14 °C e 22 °C, bastante
influenciadas pelo fator altitude. As
chuvas ocorrem no verão, que é muito quente. No inverno, as médias térmicas são
mais baixas, por influência da altitude e da massa de ar Polar Atlântica (mPa).
Tendo um verão quente e chuvoso e um inverno seco e quente, a amplitude térmica
e pluviométrica é elevada nas estações do ano.
No
litoral norte de São Paulo a pluviosidade é elevadíssima, consequência da
presença da serra do Mar, que barra a umidade vinda do Atlântico (chuvas
orográficas ou de relevo – fator relevo). Em Itapanhaú, litoral de São Paulo,
foi registrado o maior total anual de chuvas (4 514 mm) já registrado no Brasil.
Hidrografia
As serras
do Sudeste dividem o domínio em várias bacias hidrográfica de médio e grande
portes: bacia do São Francisco, bacia do Paraná, bacias Secundárias do Leste
(Paraíba do Sul, Doce) e bacias do Sul.
A maior
parte dos rios são planálticos, ou seja, encachoeirados, com grande número de
quedas d’água, corredeiras e com elevado poder de erosão. O potencial
hidráulico é também elevado. Esses rios apresentam cheias de verão e vazante de
inverno (regime pluvial tropical).
Solos
Na Zona
da Mata Nordestina têm-se um solo de grande fertilidade que se originou da
decomposição do granito, gnaisse e, às vezes, do calcário. Esse solo é
popularmente conhecido como massapé.
No
Sudeste, os principais são solos argilosos de razoável fertilidade, formado,
principalmente, pela decomposição do granito e gnaisse em climas úmidos.
É
o domínio morfoclimático mais sujeito aos processos erosivos, devido ao relevo
acidentado e da ação de clima tropical úmido (bastante chuvoso). O intemperismo
químico atinge profundamente as rochas dessa área, formando solos profundos,
como o Latossolo de Viçosa, intensamente trabalhados pela ação das chuvas e
enxurradas.
Vegetação
A
principal paisagem vegetal desse domínio originalmente era representada pela mata Atlântica ou floresta latifoliada
tropical. Essa formação florestal ocupava áreas de desde o Rio Grande do Norte
até o Rio Grande do Sul, cobrindo as escarpas voltadas para o mar e os planaltos
interiores.
Com
o processo de ocupação dessas terras brasileiras desde o início do
colonialismo, essa floresta sofreu grandes devastações. No início, foi à
extração do Pau-Brasil; posteriormente, a agricultura da cana-de-açúcar
(Nordeste) e a do Café (Sudeste). Nesta área dos Mares de Morros Florestados é
também o domínio Morfoclimático com maior densidade populacional.
Ø
DOMÍNIO AS ARAUCÁRIAS
Floresta Ombrófila
Mista – Domínio das Araucárias
Fonte: http://professoralexeinowatzki.webnode.com.br/biogeografia/
dominios-morfoclimaticos-e-fitogeograficos-do-brasil/
Relevo
O
Domínio das Araucárias ocupa áreas pertencentes ao Planalto Meridional (Sul) do
Brasil; as altitudes variam entre 800 e 1 300 metros.
Além do
planalto arenito basáltico, surge a Depressão Periférica e suas cuestas. São
relevos salientes, formados pela erosão diferencial, ou seja, ação erosiva
sobre rochas de diferentes resistências – sendo erodidas as que são menos
resistentes a erosão. Essas frentes de cuestas são chamadas serras: Geral,
Botucatu, entre outras.
Clima
O
domínio das araucárias apresenta como clima na maioria da sua região o
subtropical. Ao contrário dos demais climas brasileiros, pode ser classificado
como mesotérmico (temperaturas
médias).
As
chuvas ocorrem durante o ano todo. No verão elas são de ocorrência devido a
massa de ar Tropical Atlântica (mPa). No inverno, é frequente a penetração da
massa Polar Atlântica (mPa), ocasionando chuvas frontais, precipitações causadas pelo encontro da massa
quente (mTa) com a fria (mPa). Os índices pluviométricos são elevados, variando
de 1 250 a 2 000 mm anuais.
Hidrografia
O
Domínio das Araucárias é drenado, principalmente, por rios pertencentes às
bacias do Paraná e do Uruguai.
Embora o
Paraná apresente um regime tropical, com cheias de verão, a maior parte dos
rios desse domínio possui regime subtropical, com duas cheias e duas vazantes
anuais, apresentando pequena variação em sua vazão, consequência do regime de
chuvas que é distribuído durante o ano todo.
Solos
Aparecem,
nesse domínio, solos de grande fertilidade natural, como a terra roxa a oeste
do Paraná, solo de origem vulcânica, de cor vermelha, formado pela decomposição
do basalto.
Em
vários trechos do Rio Grande do Sul, ocorrem vastas áreas de solo fértil,
denominado brunizem (elevado teor de matéria orgânica). Em contradição, são
encontrados ainda, nesse domínio, solos ácidos, pobres em minerais e de baixa
fertilidade natural.
Vegetação
O
Domínio das Araucárias apresenta o predomínio da floresta aciculifoliada
(folhas pontiagudas) subtropical ou floresta das Araucárias (Araucária angustifólia). Originalmente,
localizava-se das terras altas de São Paulo até o Rio Grande do Sul, sendo o
único exemplo brasileiro de conífera. Também denominada mata dos Pinhais,
apresenta as seguintes características gerais; é uma formação vegetal menos
densa; foi intensamente devastada, restando atualmente e torno de 3% da área
natural.
Ø
DOMÍNIO DAS PRADARIAS
Campanha Gaúcha,
Pampas Sulinos ou Pradarias
Fonte: http://outrofocooutravisao.blogspot.com/2010/05/indo-serra-gaucha-mude-seu-destino-mude.html
Relevo
Este
domínio engloba três unidades do relevo brasileiro: planaltos e chapadas da
bacia do Paraná (oeste), depressão periférica sul-rio-grandense (centro) e o
planalto sul-rio-grandense (leste). Trata-se de uma área com altitudes médias
entre 200 e 400 metros, onde se destacam conjuntos de colinas onduladas
denominadas coxilhas, ou seja,
pequenas elevações onduladas.
Clima
O clima
é subtropical com temperatura média anual baixa, destacando-se como principal
fator a latitude e a ocorrência de frentes frias (mPa).
Apresenta
considerável amplitude térmica e, no verão, as áreas mais quentes é a Campanha
Gaúcha, que registram máximas diárias acima de 38°. A precipitação é regular,
chovendo basicamente o ano inteiro.
Hidrografia
Envolve
partes das bacias hidrográficas do Uruguai e do Sul. Os rios desse domínio são
perenes, mas de baixa densidade hidrográfica, com traçados meândricos (curvas).
Alguns
correm para o Leste (bacia Secundária do Sul), desaguando nas lagoas litorâneas
como Patos (maior do Brasil), Mangueira e Mirim. Os rios Jacuí (Guaíba) e
Camaquã são exemplos. Outros correm em direção ao Oeste (bacia do Uruguai.
Solos
Apresentam
boa fertilidade natural. Mas acontece nessa região um desequilíbrio ambiental
caracterizado como arenização.
A
utilização do conceito de desertificação é considerado inadequado para a
região, porque ela não apresenta um clima árido ou semi-árido, como também não
existem evidências de que o processo estaria alterando o clima regional.
Vegetação
A vegetação típica da
paisagem das pradarias é constituída pelos Pampas ou Campos Limpos, onde
predominam gramíneas de tamanho que varia de 10 a 50 cm aproximadamente.
Ø
AS FAIXAS DE TRANSIÇÃO
O contato entre os
limites dos domínios morfoclimáticos se apresentam com uma grande complexidade dos
elementos naturais, principalmente a vegetação, onde não apresentam
características bem definidas, pois combinam as características de dois ou três
domínios vizinhos.
Entre os domínios
morfoclimáticos, as principais faixas de transição são: Mata de Cocais, Pantanal-Mato-Grossense
e Agreste (Nordestino).
Fonte: http://interna.coceducacao.com.br/
A Mata de Cocais, também denominada de Mata de Babaçuais – devido à
presença de uma espécie típica de palmeira, o babaçu que se encontra
principalmente nas áreas de vales fluviais (vales de rios), outra espécie
típica é a carnaúba -, é uma área de transição entre três domínios: Amazônico
(a Oeste), Caatinga (a Leste) e Cerrado (a Sul).
Mata de Cocais no
Meio-Norte Nordestino
200000377-0269e03644/mata%20dos%20cocais.jpg
O Pantanal
Mato-Grossense, uma área de planície da depressão da bacia do Paraguai,
onde a maior parte é alagável durante o período de cheia dos rios. Por ser uma
área de planície, a estrutura geológica é compreendida principalmente por
rochas sedimentares. A sua área está de encontro entre os domínios Amazônico e
do Cerrado de vegetação características dos países vizinhos (Bolívia e
Paraguai), ao qual possui uma diversidade exuberante de espécies.
Pantanal
Mato-Grossense
/200000376-57c4558be2/pantanal.jpg
O Agreste é uma paisagem
de transição entre a Mata Atlântica (ou Zona da Mata Nordestina) e a Caatinga
(ou Sertão). Essa área apresenta um clima mediano entre as duas vizinhas, nem
tão úmido quanto a Zona da Mata e nem tão seco quanto o Sertão. A vegetação
assemelha-se à mata Atlântica em algumas áreas mais úmidas e em outros, à
Caatinga, áreas mais seca.
Esquema
de memorização dos Domínios Morfoclimáticos e suas características.
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