*Texto de trabalho realizado pela disciplina GEO 443 - Brasil Centro-Sul, pelo curso de Geografia da Universidade Federal de Viçosa.
O desenrolar do texto tem como base a evolução histórica do processo de urbanização e vinculada a isso a metropolização de algumas regiões brasileiras, mostrando o crescimento no número de cidades e da população urbana desde a década de 1940.
O desenrolar do texto tem como base a evolução histórica do processo de urbanização e vinculada a isso a metropolização de algumas regiões brasileiras, mostrando o crescimento no número de cidades e da população urbana desde a década de 1940.
A
reflexão para o decorrer desse período toma como fundamentos a dinâmica do
processo de urbanização e de metropolização da sociedade brasileira entre 1940
e primeira década do século XXI. Para tal discussão serão tomadas como base os
textos: “A dinâmica do processo de urbanização no Brasil, 1940-2010” (2012),
dos autores Fausto Alves de Brito e Breno Aloísio T. Duarte, e “A ‘volta da
metrópole’ no Brasil: referências para a gestão territorial”, da autora Fany
Davidovich, presente no livro “Metrópoles: entre a coesão e fragmentação, a
cooperação e o conflito” (2004), (org.) Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro.
Os
textos abordam em primeira importância a construção histórica das áreas urbanas
que tomaram como função a concentração de pessoas e de em si de capital (nas
suas várias formas) em um momento inicial, aonde as primeiras áreas
simplesmente urbanas chegaram ao “status” de Regiões Metropolitanas (RM), que
se formaram a partir de uma base industrial, característica principal das
primeiras RM’s, sendo dessa forma, reconhecidas a partir da lei federal 14
(1973) como RM, sendo reconhecidas 9 inicialmente em todo o Brasil, e 5 na
região Centro-Sul que são: São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba e
Rio de Janeiro (em 1974, com a fusão dos estados do Rio de Janeiro e
Guanabara). Essa iniciativa federal tinha como princípio o fortalecimento da
integração nacional, medida decorrente do governo militar, ao qual cada RM provinha
já neste momento, de diferenças quanto ao seu papel industrial. Com a
promulgação da Constituição Federal de 1988, em substituição as constituições
promulgadas pelo regime militar, ficou clara a liberdade de formação e registro
de RM por âmbito de governos estaduais. Com essa nova medida, passou-se a serem
cridas novas RM, principalmente em função de um fortalecimento da integridade
nacional, sendo o projeto inicialmente federal, do governo militar, tanto
quanto a criação de uma dinâmica de hierarquização, polarização e concentração
político-urbana propiciada pelo papel de cada poderio metropolitano.
Com
a constituição de 1988, cada estado passou a ter a iniciativa de criar suas
próprias áreas metropolitanas estaduais, onde DOVADOVICH (2004), sobre análise
na década de 1990, evidência 26 RM, enquanto BRITO & PINHO (2012),
evidenciam no total 36 RM. Este último dado é o mais atualizado, sendo que
desse total, a região Centro-Sul detêm de 19 RM. Confirmando a maior
dinamicidade em relação às outras regiões.
Segundo Davidovich (op. Cit) “a metrópole não
deve ser interpretada como uma realidade única, que a designação genérica
poderia fazer supor”, ela passa a ser múltipla/pluralizada. Essa multiplicidade
de ambientes sociais deve ser tomada não somente entre as metrópoles, mas
também no interior de cada uma delas, relativizando a escalada de violência, a
metropolização da pobreza, a precarização do mercado de trabalho, ou seja, a
exclusão social em que o reordenamento urbano se conforma na “involução
metropolitana” (SANTOS, 2003) ou na metropolização da pobreza constituída de
ambiente construído e infraestruturas ultrapassadas decorrente da estagnação da
década de 1980, conhecida como “década perdida”, onde o aspecto urbano não
conseguia substituir o “capital velho” pelo “capital novo”. Este capital novo,
instrumentalizado pela especialização econômica a partir de funções e
definições globais: finanças, telecomunicações, consultorias, publicidade e
marketing; que são representações dos chamados “novos ramos de emprego”. Dessa
maneira, evidencia-se uma diferenciação entre as metrópoles antigas e as novas,
que agora não são somente fomentadas pela base industrial, mas também pelos
serviços especializados de cada RM. Não que isso é somente representado pelas
novas, mas esse processo de especialização é mais explicito nessas.
Com a ampliação das RM’s e sua concentração populacional, o processo de
urbanização foi concomitante com a expansão do crescimento da economia
capitalista industrial, formando a base urbano-industrial de características
socialmente desiguais, tanto inter-regionalmente quanto intra-regionalmente.
Desigualdades que são necessárias à acumulação do capital urbano. Outra
consequência é a problematização da gestão metropolitana, que supera a base
municipal, tornando-se “Supramunicipal” controlada por empresas públicas,
órgãos administrativos com âmbito de atender as necessidades da RM, papel
debatido entre as esferas: municipal, estadual e federal quanto à administração
de tais necessidades.
Nenhum comentário:
Postar um comentário