terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Explicando o mecanismo do fenômeno El Ninõ e sua repercussão sobre a Ásia e a América do Sul.

*Resposta de uma pergunta referente a um trabalho de Climatologia Geográfica no meu primeiro período de graduação em 2010.


O El Ninõ é um fenômeno oceânico caracterizado pelo aquecimento incomum das águas superficiais nas porções, central e leste, do Oceano Pacífico, especificamente nas proximidades da costa peruana, na América do Sul. Segundo Francisco Mendonça a corrente de água quente que circula na área mencionada no início do verão, mais precisamente no final do mês de dezembro.
O aquecimento para se caracterizar o fenômeno, ocorre quando o aumento é de 1ºC ou até mais elevados (4ºC a 6ºC) acima da média térmica, isso se trata de uma alteração da dinâmica normal da célula de Walker. O fenômeno é mais evidente nas costas peruanas, quando águas frias do fundo oceânico (ressurgência)  e da corrente marinha de Humboldt são interceptadas por águas quentes provenientes do norte e oeste. O El Ninõ é uma interação oceânico-atmosféríca , assim, as águas superficiais  do Pacífico interagem com a atmosfera  e geram uma gangorra barométrica entre as regiões leste e oeste do oceano. O Fenômeno é também ocasionado pelo enfraquecimento da alta subtropical do Pacífico Sul e ao enfraquecimento do sistema de baixa de pressão na porção oeste do Pacífico (aonde, nos dois casos, as pressões são normalmente baixas). Sobre a ocorrência do fenômeno existem relatos desde o século XVI, onde hoje é bem discutido na atualidade e é também assunto para controvérsias sobre sua origem para diversos ramos de pesquisas (oceanógrafos, meteorologistas, astrônomos, geólogos, entre outros de menor expressão).
Na origem das investigações sobre o fenômeno foi concluído que esse ocorria geralmente, em cada 7 de um período de 14 anos, só que a partir da evolução dos conhecimentos, observou-se que não era exatamente regular, aonde já foram observados a ocorrência de 12 eventos que fogem a essa regularidade. O fenômeno afeta a dinâmica a dinâmica climática em escala global, gerando bruscas variações climáticas no mundo. Essas mudanças têm impactos sobre a atividade humana, gerado por: severas secas, inundações e ciclones. Segundo Mendonça o efeito mais imediato é mais notado na queda brutal da produtividade da pesca e do guano na costa do Peru, devido a uma brusca redução da quantidade de fitoplânctons que são trazidos para a superfície pela água ressurgente do fundo oceânico e pela corrente fria de Humboldt. Estes alimentam os cardumes de anchovas da região, e quando ocorre o bloqueio térmico, os cardumes se afastam da região. Outro impacto é a seca na Austrália, Indonésia e África austral soheliana, enquanto isso, na costa oriental do Pacífico ocorre trombas d’água, ciclones até na Califórnia-EUA. As mudanças são observadas em alguns pontos do globo como: seca no sul do Peru e oeste da Bolívia, chuva excessiva no sul da China, frio e neve no Oriente Médio. É de se constatar que os impactos não são característicos das regiões afetadas.

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