Texto-resposta referente a um trabalho de GEO 430-Geografia Política, no meu quarto período da graduação, feito com um amigo de curso Natanael Júnior Duarte Silva.
Para
muitos autores a globalização tem inicio com as grandes navegações, meados dos
séculos XV e XVI, é um fenômeno gerado pela necessidade de dinâmica do
capitalismo de formar uma aldeia global, permitindo assim maiores mercados para
os países centrais, cujos mercados internos se encontravam saturados. Podemos
dizer que através desses processos, as pessoas, os governos e as empresas
trocam ideais, realizam transações financeiras e comerciais e espalham aspectos
culturais pelos quatro cantos do mundo.
O conceito de identidade nacional
visa tornar homogêneas as diferenças que existem no interior da nação,
estabelecendo um discurso de unidade; de um povo unificado em torno de ideais
comuns. Nota-se, nesse sentido, uma cultura hegemônica que assume o papel da
cultura nacional, suprindo as outras culturas que ajudaram a formar a nação.
Portanto, enfatiza-se o poder cultural, pois a cultura dominante constrói as
representações da unidade a partir das diferenças internas da sociedade.
Segundo Haesbaert (2007, p 47), “Se
o território é uma construção histórica, sem esquecer que dele fazem parte
diferentes formas de apropriação e domínio da natureza, as territorialidades
também são forjadas socialmente ao longo do tempo, em um processo de relativo
enraizamento espacial.”
O processo de globalização tende a
gerar uma homogeneidade, onde a pessoa (solitário) esta inserida dentro de uma
identidade nacional, mas em si ela procura estar representada numa escala menor
de identidade (por exemplo, mineiro do norte de minas) onde ela se caracteriza
pela cultura local (da mesma forma que outras pessoas) gerando uma comunidade
que se materializa identificando-se no território (os indivíduos da comunidade
não necessitam se conhecer pra que haja a comunidade).
A
idéia de identidade nacional surge no contexto de criação do estado nacional
moderno (Revolução Francesa). O estado nacional age nas instituições que por
sua vez produz a identidade nacional de um determinado individuo (crescer e ser
educado no Brasil = brasileiro; crescer e ser criado no Paraguai = paraguaio).
Temos como exemplo de construção de uma identidade nacional a criação de um
herói, herói esse que fará com que certa população se identifique com seus
ideais, criando assim um sentimento de nacionalismo.
A
identidade nacional é uma comunidade imaginada, porque a pessoa se sente
inserida nela, devido a sua identificação (com aquela cultura) e por esta no
mesmo território não conhecendo todos seus indivíduos. A primeira ação de um
país que tem sua independência é a criação de uma identidade nacional, com a
independência conquista-se o território, com a identidade nacional cria-se a
nação.
Identidades
nacionais estão ligadas as raízes culturais, raízes essas que são trabalhadas ou
construídas por certos lideres (política e religião). Essas raízes constituem
uma força enorme que propicia a criação de espíritos nacionalistas fortíssimos (poder
impressionante). A força do capital “arranca” as raízes culturais, as pessoas
procuram se “enraizar” novamente para se defender, defender uma certa
identidade, um certo modo de vida. A identidade nacional teve muito êxito no
Brasil (futebol).
Dentro
de um território físico e não delimitado pode existir varias territorialidades
(temporais/flexíveis) onde, por exemplo, no período da manha numa praça possa
existir uma feira rotineira, no período da tarde uma área de lazer e no período
da noite um ponto de encontro de usuários de drogas, tudo no mesmo local,
variando apenas o horário.
Ainda
nesse sentido, temos como exemplo a colônia americana, pois no mesmo território
onde hoje é a costa leste dos EUA se encontrava as treze colônias, mas que
apesar de ser colônia inglesa existiam várias territorialidades divergentes dentro
desta colônia. No norte predominava a colonização de povoamento, no sul era presente
a colonização de exploração, com a utilização de trabalho escravo.
Como
já foi mencionado acima, a globalização propiciou uma maior dinâmica para o
avanço dos ideais capitalistas. A força
do capital de certa forma “arranca” as raízes culturais, as pessoas procuram se
“enraizar” novamente para se defender, defender uma certa identidade, um certo
modo de vida.
Então
podemos concluir que a globalização procura ditar uma cultura dominante,
causando assim uma ameaça aos Estados nacionais, pois a massificação dessa
cultura capitalista enfraquece a identidade nacional, pois da maior prestigio
aos costumes vindos das economias centrais. Esse fato pode desencadear na
produção de novas territorialidades por parte da população, que busca se
diferenciar da cultura global e se identificar com algo de caráter mais local,
mais presente em seu cotidiano, para poder se blindar um pouco da massificação
cultural produzida pela globalização. (ex.: jovens brasileiros deixando de usar
camisetas de times de futebol nacional e passando a usar de clubes europeus).
Referência:
“O Território em tempos de Globalização”-HAESBAERT 2007
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