quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Relação entre o processo de ocupação do território brasileiro com a fragmentação das formações vegetais.

*Resposta a uma pergunta de um trabalho feito pela disciplina GEO-250 (Biogeografia), no meu 3º período da graduação.



O termo fragmentação significa “a quebra do habitat ou do tipo do tipo de cobertura em parcelas menores e desconectadas”, assim, pelo processo histórico de ocupação do território brasileiro é notório pensar que ocorreu e continuará a acontecer a fragmentação de várias formações vegetais a partir de interesses e perspectivas dos demais atores sobre forma de ocupação dessas áreas.
  O primeiro bioma a sofrer a fragmentação (fragmentação, não ocupação) foi o da Mata Atlântica na sua parte de vegetação de floresta tropical atlântica, onde se inseriu as monoculturas de cana-de-açúcar e outras plantações de menor virtude econômica. A construção de vilas e posteriores cidades também gerou fragmentações. Mas se o processo foi de implantação de monocultura de cana-de-açúcar, então, porque ainda sobram resquícios dessa vegetação? A implantação de monocultura depende (principalmente naquela época) do meio onde ela seria introduzida e das técnicas para plantio, no caso de ocupação com viés a moradia, as vilas, alguns locais ou regiões não eram apropriadas para uma das maneiras de ocupação, sobraram então, formações vegetais fragmentadas.
Posteriormente a ocupação da vegetação de floresta tropical atlântica se inseriu a ocupação da floresta estacional, onde foram implantados vários processos que fragmentaram essa vegetação. Desde a criação de várias vilas e posteriormente cidades de maior porte como as capitais nordestinas, e São Paulo e Rio de Janeiro. Essas regiões passaram a serem ocupadas por variadas formas de uso dos locais, destinando-se a mineração, a agricultura (grandes agriculturas como a do café), a indústria e outros tantos meios. Com o aumento da produção agrícola-exportadora do Brasil, a ocupação de regiões, tanto por esse motivo e pelo aumento da população, hoje o que é que sobra é somente apenas 7% do bioma da Mata Atlântica. 
A ocupação mais ao sul das vegetações de formações herbáceas (campos) e das florestas pluviais subtropicais, que pertencem respectivamente aos biomas do Pampa e da Mata Atlântica estão relacionados devidamente a ocupação de colônias de alemães, italianos e outros tantos povos de origem européia que migraram durante o fim do século XIX e meados do século seguinte, formando nessas regiões várias colônias que implantaram diferentes formas de ocupação sobre as formações vegetais, onde claramente sobraram resquícios fragmentados das florestas nativas.
Na região centro-oeste, onde está situado na maior parte do seu território o bioma do Cerrado com suas formações de vegetação herbácea, floresta estacional e principalmente a do cerrado e cerradão, é onde se formou as grandes monoculturas de soja, trigo e outras culturas. As grandes agroindústrias são as que proporcionaram a ocupação desse bioma com a expansão agrícola ao qual formou o chamado cinturão verde em torno do bioma da Amazônia, onde a expansão agrícola se direciona.
A ocupação e fragmentação das formações vegetais se detêm as possibilidades de se apropriar das demais áreas em virtude de um viés economicista e social por onde se vale a pena usufruir, ou que não se tornou área protegida por lei, onde essas áreas se tornaram pequenos fragmentos em relação ao tamanho que tinham anteriormente a ocupação.

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