quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Curdistão: questão de redes, território, poder.


*Trabalho feito pela disciplina Teorias da Geografia, no primeiro semestre de 2011. Este trabalho foi feito após a discussão sobre o que fazer em um trabalho que tinha como critério a escolha de um tema que relaciona-se território, redes, identidade, lugar e outros termos advindos da Geografia. Membros: Rafael Cardoso Teixeira, Natanael Júnior Silva Duarte, Roger Ricardo Pinto, Emmanuel K. Barroso, Vinicio Coelho Lima e Marcos Octávio Leite da Silva.

INTRODUÇÃO
Os curdos constituem um grupo étnico que habita uma região conhecida como Curdistão. Essa região ocupa uma área de aproximadamente 500 mil km² que engloba a Turquia, o Irã, o Iraque, a Síria, o Azerbaijão e a Armênia sendo habitada por aproximadamente 25 milhões de indivíduos sem pátria segundo a Agência de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), sendo a maior etnia sem território existente. O povo Curdo é constituído por um agrupamento de famílias que vivem em forma de tribos, sua atividade econômica é baseada no pastoreio e fabricação artesanal de tapetes. Em nosso trabalho abordaremos a questão dos Curdos e como os conceitos de Território e Redes vem se aplicando no cotidiano desse povo ao longo da história. Batalhas, genocídios, grupos terroristas e uma luta constante pela independência são parte da história desta etnia.
No inicio do século XX, a partir da desintegração do Império Turco- Otomano, tem-se a esperança por parte dos curdos da criação de um país, porém isso não acontece e os curdos ficam divididos em diversos países sofrendo repressões por parte desses governos. Essas repressões consistem em atitudes, onde a cultura desses povos é bastante reprimida pelos governos desencadeando um processo de desterritorialização desses povos. A exemplo desse fato observa-se a questão da escrita e da língua curda que é ou já foi proibida em países onde se localizam esses povos.
A questão do Território
A Questão Curda nos serve de base para exemplificar as análises geográficas envolvendo os conceitos de território e redes. No caso do território a geografia visa compreender a relação do indivíduo com o meio a partir de várias perspectivas. O território geográfico consiste no espaço no qual o indivíduo de maneira geral, compreendendo suas várias formas de agrupamento e até mesmo sobre a ótica pessoal de singularidade, interage com uma certa porção do espaço de uma forma semelhante, através de fatores que compõem o estilo de vida de dada civilização.
A título de problematizar as questões envolvendo território no tema já mencionado utilizaremos os conceitos de território político e território simbólico. Politicamente o panorama que encontramos é a de uma etnia encravada num território que se divide em seis países (FIGURA 1), onde dentro de cada um deles a nação curda não encontra reconhecimento, sendo muitas vezes privado dos direitos civis e políticos através da proibição do uso de sua língua nas escolas, impedimento de retirada de documentos e conseqüentemente não possuem o direito de voto em alguns desses países, ficando tanto à margem do sistema quanto sofrendo um processo de desterritorialização através da repressão à sua cultura. No entanto, sobre o olhar de cada país, o que se vê é um estado nacional onde seu domínio compreende mais de uma etnia distribuídas dentro de uma mesma fronteira física, de forma que dentro das preocupações dos governos locais não se observa o interesse em garantir os direitos mais básicos da minoria curda.
Segundo o pensamento do geógrafo Carlos Walter Porto-Gonçalves, Professor Dr. da Universidade Federal Fluminense, é importante refletirmos sobre a veracidade sobre o termo ”Estado Nação”, já que como se pode perceber no caso da Turquia é um estado que abriga mais de uma nação, onde muitas vezes essa relação é conflituosa e até violenta. O território político, entendido como uma porção de terra demarcada por fronteiras, onde existe um poder político, representado por um estado que o controla de forma soberana, através de seus instrumentos jurídicos, sobre uma população com sensação de unidade, o que não ocorre no caso dos curdos com os países onde estão fixados.
A região montanhosa do Curdistão tem uma importância fundamental para a manutenção desse grupo. Ali os curdos desenvolveram seu modo de vida em função do ambiente específico como tipo do solo, ciclo hidrológico, temperatura, entre outros. De forma que com o passar dos séculos a relação entre o povo e o território está além da obtenção de recursos para sua subsistência, se transformando numa relação de identidade com o ambiente, no que entendemos como território simbólico.
 

                      FIGURA 1
A questão das Redes
Mesmo o Curdistão não sendo um país independente e tendo estruturas físicas e tributárias ainda rudimentares, empresas de prospecção e extração de petróleo, muito conscientes da importância da região, ainda pouco explorada, consideram-na como uma área produtora de petróleo de primeiro nível.
            Com relação ás redes, podemos abordar a questão dos interesses das redes petroleiras que se estabeleceram na região. Não é interessante para os países onde o Curdistão esta inserido que se constitua um estado curdo, porque tal evento irá trazer prejuízos para esses Estados, que hoje usufruem da riqueza que esta sob o solo curdo. Se o Curdistão realmente constituir um país os lucros advindos de impostos resultantes do petróleo ficara apenas no território curdo, fato que de maneira nenhuma agrada a países como Turquia, Iraque e Irã, que retiram boa parte de seu petróleo da região que é reivindicada pelos curdos.
            Nesse contexto fica evidente que as redes produzem duas vertentes, tanto de inclusão como exclusão, essa questão fica explicita no caso dos povos Curdos, pois apesar do Curdistão se localizar em uma área rica em petróleo a população local não usufrui dos lucros dessa exploração, pois o capital tende a se concentrar nas áreas onde se configuram os “nós” das redes, que são pólos de conexões onde se concentra o poder.

   - Rodriguez.R; Curdistão: um problema de ontem e hoje.
  - Abdullah Ocalan; Guerra e paz: perspectivas para uma solução política da questão curda [2008].

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Belo Horizonte: Recente Capital


*Trabalho feito por Cássio Dornas de Oliveira Guilherme Lopes Galvão, José Miranda do Carmo Júnior e Carlos Eduardo no quarto período da graduação pela disciplina Geografia Urbana, em novembro de 2011.

  
Dia 4 de novembro de 2011 foi realizado o trabalho de campo pratico na cidade Belo Horizonte pela matéria de Geografia Urbana ministrada pela professora Maria Isabel de Jesus Chrysostomo. Esse trabalho tinha intuito em discutir e debater os conhecimentos teóricos dados em sala de aula, como o conceito de empreendedorismo de David Harvey, os de redes de Carlos Mattos, expansão urbana de Marcelo Souza e a historia de formação da cidade de Belo Horizonte.
A escolha de Belo Horizonte, como capital foi devido à necessidade de Minas Gerais se mostrar politicamente forte e unida, fazendo uma cidade moderna e de caráter progressista. Foram feitas algumas tentativas de transferência da capital, como em São João Del Rei, porem foram fracassadas. Ouro Preto por não ter perspectivas de crescimento, devido principalmente a sua topografia tinha que deixar de ser a capital de um estado que pretendia ser referencia nacional. A criação de Belo Horizonte se fez planejada, escolheram um pacato arraial, chamado Curral Del Rei, devido a sua localização centralizada no estado.
Alem disso o pacato arraial se encontrava próximo as riquezas do estado, como a mineração. A criação de Belo Horizonte tinha como objetivo ser uma cidade moderna, aos moldes das cidades européias, diferente de Ouro Preto que tinha características de cidade colonial. Belo Horizonte nasceu pelas idéias republicanas, mostrando o novo cenário político brasileiro da republica.
Em 1897 foi inaugurada a nova capital de Minas Gerais, uma cidade planejada, aos contornos de uma avenida, a Avenida do contorno, na época ainda não concreta. A ferrovia foi de extrema importância para a cidade, era dela que chegava seus novos habitantes, os imigrantes (italianos principalmente), pessoas de outros estados e do interior do estado. Por essa importância da ferrovia a praça da estação era o ponto central da cidade. Os primeiros 50 anos de Belo Horizonte, a cidade se baseava em pessoas que eram funcionários públicos. Juscelino Kubitschek pode ser considerado um marco para Belo Horizonte, ele pavimentou varias ruas e avenidas, consolidando, por exemplo, a Avenida do Contorno e pavimentou a Avenida Afonso Penna.  O grande marco de JK como prefeito de Belo Horizonte foi à criação da Pampulha, que era uma pequena barragem, que JK olhou com uma nova perspectiva, viu a possibilidade ali de desenvolver o turismo em Belo Horizonte.
Oscar Niemeyer foi quem projetou a Pampulha que incluía o Iate Clube, o Cassino, a Casa do Baile e a Capela de São Francisco de Assis. Este bairro se consolidou um bairro de classes ricas. Foi a partir da “revolução” feita por JK que Belo Horizonte começou a crescer e desenvolver como cidade. A cidade de Belo Horizonte diante do progresso e crescimento extrapolou o limite da avenida do contorno se tornando uma metrópole de importância nacional. Até por ser uma cidade planejada é de certa facilidade se locomover pela parte central da cidade, pelos nomes das ruas que têm nomes de estados brasileiros, tendo estados visinhos como ruas próximas, com nomes de indígenas, próximas entre si, nome de presidentes, também vizinhas.
Uma prova que Belo Horizonte é uma cidade aos moldes europeus é a presença de vários parques, áreas verdes com principio de serem os pulmões da cidade. Essas áreas são áreas de lazer, com clima agradável, boa ventilação, saindo um pouco da idéia de urbano, que rodeia os parques.
Belo Horizonte hoje é uma cidade de grande influencia nacional. Ela será uma das cidades sedes da Copa do Mundo de 2014, por isso vem sofrendo algumas reformas na parte central da cidade. A recuperação de algumas praças como a praça da estação, que era um ponto perigoso da cidade, a retirada de mendigos dos locais públicos, tudo isso para os visitantes estrangeiros terem uma boa impressão da cidade.         
A cidade de Belo Horizonte é um bom exemplo do pensamento de David em seu texto “Do administrativismo ao empreendedorismo: a transformação da governança urbana no capitalismo tardio”. A cidade a partir dos anos de 2000 e principalmente quando o Brasil foi escolhido como sede da Copa do Mundo, a capital estadual passa por uma revitalização urbana em vários setores, como administrativo, econômico e cultural. Essa revitalização entra no conceito visto no texto de Harvey sobre o empreendedorismo que se concretiza por parceria do publico com o privado, essa parceria tem seus lados positivos e negativos na visão do autor.
Os pontos positivos dessa parceria no olhar de David são o capital externo para realização de obras, projetos culturais (projeto de transformação da Praça da Liberdade em um centro cultural), geração de novos empregos, mas pelo outro lado esses investimentos não são absorvidos por toda parcela da população e fica mais restrito a certas regiões da cidade (Assentamento Dandara, mostra isso).
Para Harvey “o empreendedorismo enfoca muito mais na economia política do lugar que o território” vê esse pensamento com freqüência em Belo Horizonte como a criação de uma nova sede administrativa para os governos estadual, obras exclusivas para copa (redes hoteleiras, criação de centros culturais aproveitados por parte da população, entre outras obras e projetos). Com esse tipo de política a cidade ganha força econômica no cenário nacional e internacional como um bom lugar para investimentos, seja eles para melhorias ou para aumento do poder econômico e político da mesma.
O empreendedorismo em Belo Horizonte ocorria de modo lento e continuo, mas desde quando chegou a noticia que a cidade seria uma das sedes da Copa os governantes municipais e estaduais aceleram o processo de urbanização e revitalização de áreas centrais degradadas pelo tempo, mas após a realização do evento esportivo em 2014 esses investimentos continuaram de forma continua visando tanto a melhorias para a população e crescimento econômico em âmbito nacional e internacional ou voltara a ser lento como antes ou deixaram de existir.
No texto de Marcelo Lopes de Souza, a cidade é tida como um local de mercado, caso de Belo Horizonte, cidade que nasceu com intuito de ser a capital de Minas Gerais, e teve também sua base econômica baseada no comercio e na prestação de serviços. A cidade foi toda planejada, sendo que seu centro além de ter suas ruas planejadas, interligadas diagonalmente, evidencia uma forte tendência de centralidade da economia, intensamente estabelecida nesta região. Marcelo mostra também que algumas cidades têm a tendência de assumir as decisões relacionadas à política, economia, caso também de Belo Horizonte, onde diversas instituições sejam elas publicas ou privadas mantém suas sede e centralizam todas as tomadas de decisões para a capital.
Outro aspecto levantado pelo autor é a uma forte ligação entre a cidade e a sua região de predominância, neste caso a Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde Souza coloca que todos os setores tanto da economia, quanto da política estão diretamente interligadas a uma rede, comum fluxo continuo de informações e serviços, tornando a rede mais extensa e complexa. Neste contexto Belo Horizonte surge como uma capital nacional e conseqüentemente uma cidade atrativa a investimentos oriundos de outros locais do país e do mundo.
Outro fato levantado pelo autor é o crescimento de regiões fora do centro da cidade, fazendo com que haja uma segregação sócio-espacial evidente, caso do condomínio residencial Alphaville, localizado em Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde maior porção dos moradores é advinda da capital mineira, que vêem ali um local de refugio a vida agitada da capital e conseqüentemente uma maior sensação de segurança. No caso de Belo Horizonte também ocorreu um fato emblemático, quando houve um forte declínio do centro da cidade e por isso uma valorização de bairros ao seu redor, como Funcionários, Lourdes, Savassi, entre outros. Segundo o autor algumas metrópoles depois de algum tempo começam a ter certas regiões, principalmente centrais, passando por uma forte degradação sócio-espacial, decorrente de uma saída de classes mais ricas para bairros mais periféricos.
Fazendo análises do trabalho com o texto de Carlos Matos, com a expansão da globalização as grandes metrópoles passaram por uma intensa e profunda modificação na estrutura física urbana, em sua arquitetura e morfologia básica, com a cidade de Belo Horizonte não foi diferente, com a demanda de novas oportunidades de trabalho e serviços prestados, a cidade passou a se modificar na sua estrutura seguindo o modelo de redes urbanas, onde nesse modelo a estrutura urbana e física muda de acordo a atender as demandas dos serviços prestados pela cidade, assim além do crescimento da cidade passa a acontecer um crescimento das outras cidades menores, que estão em seu entorno, pois as populações dessas cidades geralmente trabalham na grande metrópole, havendo assim um intenso fluxo de pessoas todos os dias.
Em certos pontos com aumento da população sobre área da cidade quase que é impossível saber se está em Belo Horizonte ou outra cidade metropolitana de seu entorno (mesmo caso de outras tantas metrópoles nacionais quanto estrangeiras). A cidade também passa a ter um intenso fluxo de pessoas e mercadorias de outras partes do país e do mundo, onde Belo Horizonte é um dos principais pólos econômico do país, o turismo financeiro passa a ser destacado na cidade. Assim a cidade passa por uma transformação do quadro social e das respectivas aglomerações e em sua provável evolução.
Com a implantação de empresas e mercados financeiros, o uso do solo urbano passou a ser decidido pelo mercado em função de suas rentabilidades, onde as estruturas das avenidas e rodovias da cidade modificam-se de acordo com a necessidade das empresas e mercados presentes. O centro da cidade passa por constantes transformações, sendo que habitações no centro são poucas, onde na maioria são prédios comerciais. Hoje em dia sob, o impacto da globalização, esboça-se uma “[...] cidade sem centro, ou uma região organizada em torno dos fragmentos dispersos da explosão do centro. A cidade da globalização tem de Ser decifrada com produto que corresponde à etapa especifica de modernização capitalista em que, em uma evolução marcada pela continuidade e pela mudança, o que é novo está tentando se unir de forma conflituosa e contraditória a construção histórica, que modula a identidade de cada metrópole...” (MATOS,2004,pag.191).
            Belo Horizonte hoje é uma cidade reconhecida mundialmente, com grande influencia nacional. Por ser uma cidade planejada, mesmo que a cidade tenha extrapolado este planejamento, tem uma boa infra-estrutura em sua parte central. Segue ao final algumas fotos que mostram o grande crescimento da cidade a partir da década de 1950.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:

HAVEY, David. Do administrativo ao empreendedorismo: a transformação da governança urbana no capitalismo tardio. In: HAVEY, David. A produção capitalista do espaço. São Paulo: Annablume, 2005
SOUZA, Marcelo L. ABC do Desenvolvimento Urbano, pag. 49-80
MATOS, Carlos A de. Redes, nodos e cidades: transformação da metrópole latino-americana. In: RIBEIRO e outros (org) Metrópoles: entre a coesão e a fragmentação, a cooperação e o conflito. Rio de Janeiro: FASE, Observatório das Metrópoles, Fundação Perseu Abramo, 2004.
www.portalpbh.pbh.gov.br/pbh/      Acesso em 25 de Novembro de 2011.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Impactos Antrópicos Em Meio Cárstico


*Parte escrita de um trabalho realizado pela disciplina GEO-430 (Geomorfologia Climática e Estrutural) no meu 4º período da graduação, em outubro de 2011.

As rochas provenientes em meio cárstico são formas resultadas da decomposição química (quartzitos, mármores, calcários etc.), sendo mais eficaz essa decomposição em umas do que em outras, variando muito em relação aos fatores que auxiliam a decomposição: temperatura, umidade, mineral componentes e o mais importante hoje, a influência antrópica.
Parque Estadual do Sumidouro, Pedro Leopoldo e Lagoa Santa no estado de Minas Gerais. 

Os principais impactos antrópicos no carste são causados pela ocupação das cavernas, desflorestamento, uso agrícola, exploração de água, mineração, urbanização, industrialização, turismo e recreação. As cavernas, nas demais formas de recreação dentro delas, são bastante modificadas pelo homem devido a depredações por estes, ou mesmo de uma forma indireta, por meio do calor advindo do corpo e também da disposição de gás carbônico oferecida pela respiração, o que adiciona mais gás carbônico nesse ambiente que tem uma circulação de ar na maioria dos casos muito lento. A floresta originaria destes locais tem uma importante função que é de promover a evapotranspiração e a manutenção da biota localizada, o que ocorre a partir da modificação dessas funções é o empobrecimento ecológico e da recarga mineral proveniente da decomposição de matéria orgânica. O uso agrícola, em função da utilização de agrotóxicos provém da contaminação de aqüíferos nos ambientes cársticos, pois a água em geral não infiltra por meio de porosidade, mas sim por condutos espacialmente abertos ou mesmo da própria retirada de cobertura natural pra implantação da agricultura ou mesmo da retirada de água subterrânea para irrigação, o que pode gerar um déficit hídrico no ambiente ou mesmo o equilíbrio que a água exercia com o peso proveniente da rocha adjacente, ocasionando um abatimento devido ao alivio subjacente ao solo/rocha. A mineração que é a retirada de material proveniente do local para outro, gera a detonação do ambiente numa velocidade extremamente rápida, tirando do local a rocha e minerais com viés econômico e ocasionando um desequilíbrio isostático entre o ambiente e os seus vizinhos, isso relacionado à complexidade de relações entre os ambientes. A urbanização gera várias influências no meio cárstico como: poluição advindo de esgoto, poluição de rios, mesmos que esses estejam sendo contaminada por cidades que não se encontram localizada nos ambiente cársticos a sua poluição se torna bastante problemática no momento em que o rio, no caso de se dirigir ao ambiente relacionado, promoverá a poluição deste, pois é de característica desse ambiente que os rios se tornem internos ao solo; o perímetro urbano também pode ser bastante influente nestes locais quando os ocupam, pois exercem sobre o relevo cárstico um peso externo e fora do equilíbrio natural, podendo forçar o abatimento e gerar vários danos ao homem, ocasionados não pelo relevo, mas sim pela falta de informação e planejamento do local, o que começou a ser feito no Brasil somente a partir da década de 1980.

Devido a sua característica de ser facilmente danificado pela ação humana, direta ou indiretamente, é de bastante interesse, pelo menos a partir do final do século XX, o estudo do relevo cárstico pelo homem, pois grandes cidades ocupam essas áreas, como por exemplo, a cidade de Belo Horizonte – MG.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Relação entre o processo de ocupação do território brasileiro com a fragmentação das formações vegetais.

*Resposta a uma pergunta de um trabalho feito pela disciplina GEO-250 (Biogeografia), no meu 3º período da graduação.



O termo fragmentação significa “a quebra do habitat ou do tipo do tipo de cobertura em parcelas menores e desconectadas”, assim, pelo processo histórico de ocupação do território brasileiro é notório pensar que ocorreu e continuará a acontecer a fragmentação de várias formações vegetais a partir de interesses e perspectivas dos demais atores sobre forma de ocupação dessas áreas.
  O primeiro bioma a sofrer a fragmentação (fragmentação, não ocupação) foi o da Mata Atlântica na sua parte de vegetação de floresta tropical atlântica, onde se inseriu as monoculturas de cana-de-açúcar e outras plantações de menor virtude econômica. A construção de vilas e posteriores cidades também gerou fragmentações. Mas se o processo foi de implantação de monocultura de cana-de-açúcar, então, porque ainda sobram resquícios dessa vegetação? A implantação de monocultura depende (principalmente naquela época) do meio onde ela seria introduzida e das técnicas para plantio, no caso de ocupação com viés a moradia, as vilas, alguns locais ou regiões não eram apropriadas para uma das maneiras de ocupação, sobraram então, formações vegetais fragmentadas.
Posteriormente a ocupação da vegetação de floresta tropical atlântica se inseriu a ocupação da floresta estacional, onde foram implantados vários processos que fragmentaram essa vegetação. Desde a criação de várias vilas e posteriormente cidades de maior porte como as capitais nordestinas, e São Paulo e Rio de Janeiro. Essas regiões passaram a serem ocupadas por variadas formas de uso dos locais, destinando-se a mineração, a agricultura (grandes agriculturas como a do café), a indústria e outros tantos meios. Com o aumento da produção agrícola-exportadora do Brasil, a ocupação de regiões, tanto por esse motivo e pelo aumento da população, hoje o que é que sobra é somente apenas 7% do bioma da Mata Atlântica. 
A ocupação mais ao sul das vegetações de formações herbáceas (campos) e das florestas pluviais subtropicais, que pertencem respectivamente aos biomas do Pampa e da Mata Atlântica estão relacionados devidamente a ocupação de colônias de alemães, italianos e outros tantos povos de origem européia que migraram durante o fim do século XIX e meados do século seguinte, formando nessas regiões várias colônias que implantaram diferentes formas de ocupação sobre as formações vegetais, onde claramente sobraram resquícios fragmentados das florestas nativas.
Na região centro-oeste, onde está situado na maior parte do seu território o bioma do Cerrado com suas formações de vegetação herbácea, floresta estacional e principalmente a do cerrado e cerradão, é onde se formou as grandes monoculturas de soja, trigo e outras culturas. As grandes agroindústrias são as que proporcionaram a ocupação desse bioma com a expansão agrícola ao qual formou o chamado cinturão verde em torno do bioma da Amazônia, onde a expansão agrícola se direciona.
A ocupação e fragmentação das formações vegetais se detêm as possibilidades de se apropriar das demais áreas em virtude de um viés economicista e social por onde se vale a pena usufruir, ou que não se tornou área protegida por lei, onde essas áreas se tornaram pequenos fragmentos em relação ao tamanho que tinham anteriormente a ocupação.