Introdução
A
ida a campo ao Parque Nacional do Caparaó, na cidade de Alto Caparaó-MG, divisa
entre os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, apresentou a nós alunos da
disciplina GEO 320 (Dinâmica Fisiográfica do Espaço Brasileiro) as diferenças
físico-bióticas do espaço ao qual percorremos em saída de Viçosa-MG a cidade de
Alto Caparaó-MG onde fica a portaria do lado mineiro para entrada ao
parque.
O
intuito do trabalho de campo nesse local foi fazer a caracterização de um
ambiente diferenciado do qual estamos observando no dia a dia que é a região de
“mar-de-morros”, como assim chamou Aziz Ab’Sáber, e observar as relações entre
o clima, a geologia, a geomorfologia, a fitogeografia que compõem as mudanças
entre esses ambientes (“mar-de-morros” e a serra do Caparaó) . Além da visita a
campo, outros métodos foram utilizados para caracterizar o trajeto de Viçosa
até o Pico da Bandeira, ponto final da excursão a campo, como o uso de mapas de
solos, de geomorfologia, o uso de GPS para mapeamento de altitude e marcação de
pontos no percurso.
Com
a observação de alguns aspectos físicos e bióticos das paisagens do trajeto, o
uso de referências bibliográficas e analise dos materiais utilizados para o
trabalho de campo ficou bastante explicito as diferenças dos locais percorridos
e a plena influência de cada fator relacionado com outros fatores para a
diferenciação dos locais discutidos.
Locais de Parada
A
ida a campo saindo de Viçosa-Mg a Alto Caparaó-MG nos dias 23 e 24 de abril de
2012 fez um percurso entre as duas cidades citadas passando por Teixeiras,
Ponte Nova, Rio casca, Abre Campo, Manhuaçu, Reduto, Manhumirim e Alto
Jequitibá (Figura 1).
Ao
longo desse trajeto foram feitas algumas paradas com objetivos de se observar
algumas questões relacionadas à dinâmica de elementos diversificados que
compõem as paisagens locais aonde paramos. Além da observação nos pontos de parada
tivemos ainda as discussões referentes ao mapa de solos (Figura 1), a
modificação da natureza para usufruto e ocupação do homem (o que em alguns
casos de forma inadequada).
Figura
1: Mapa de solos e do trajeto feito durante o trabalho de campo. Elaborado por:
José João Lelis leal de Souza.
Todo
o trajeto foi feito sobre a Faixa Móvel Atlântica, com rochas variando da era
Pré-Cambriana no período Proterozóico (3,2 bilhões de anos) até a era
Paleozoica no período Ordoviciano (500 milhões de anos), ou seja, juntamente
com as serras da Mantiqueira, do Espinhaço e de outras, a serra do Caparaó está
no grupo dos chamados antigo dobramentos que iniciaram sua elevação na era
Paleozoica.
As
rochas predominantes de todo o trajeto percorrido são graníticas e gnáissicas
que deram origem a variados tipos de solos da cidade de saída à cidade de
chegada a visita ao parque, como indica na Figura 1. Os solos são:
.
Viçosa - Teixeiras até próximo a Ponte Nova, o LVAd3, LATOSSOLO VERMELHO
AMARELO Distrófico típico. A moderado, textura argilosa/muito argilosa, fase
floresta tropical subperenifólia, relevo forte ondulado/montanhoso (50%) +
CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico, A moderado, textura argilosa, fase
floresta tropical subperenifólia, relevo forte ondulado/montanhoso (25%) +
ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico típico, A moderado, textura
argilosa/muito argilosa, fase floresta tropical subperenifólia, relevo ondulado
(25%);
.
Proximidades de Ponte Nova, o LVAd7, LATOSSOLO VERMELHO AMARELO Distrófico
típico, A moderado, textura argilosa, fase floresta subperenifólia, relevo
forte ondulado (50%) + CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico, A moderado,
textura argilosa, fase floresta tropical subperenifólia, relevo forte ondulado
(30%) + ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico típico, A moderado, textura
argilosa, fase floresta tropical subperenifólia, relevo ondulado (20%);
.
Ponte Nova até as proximidades de Abre Campo, o PVAe1, ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO
Eutrófico típico, A moderado, textura argilosa, fase floresta tropical
subperenifólia, relevo ondulado (40%) + ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico
típico, A moderado, textura argilosa, fase floresta tropical subperenifólia,
relevo ondulado (25%) + LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico típico, A
moderado, textura argilosa/muito argilosa, fase floresta tropical
subperenifólia, relevo forte ondulado (20%) + CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico
típico, A moderado, textura argilosa, fase floresta tropical subperenifólia,
relevo forte ondulado (15%);
.
Proximidades de Abre Campo, LVAd9, LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico
húmico, A húmico, textura muito argilosa, fase floresta tropical
subperenifólia, relevo forte ondulado/montanhoso (50%) + LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO
Distrófico típico, A moderado, textura argilosa/muito argilosa, fase floresta
tropical subperenifólia, relevo forte ondulado/montanhoso (30%) + CAMBISSOLO
HÚMICO Distrófico latossólico, A húmico, textura argilosa/muito argilosa, fase
floresta tropical subperenifólia, relevo forte ondulado/montanhoso (10%) +
CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico, A moderado, textura argilosa, fase floresta
tropical subperenifólia, relevo forte ondulado/montanhoso (10%);
.
Proximidades de Abre Campo, LVAd15, LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico
típico, A moderado, textura argilosa, fase floresta tropical subperenifólia,
relevo forte ondulado (50%) + CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico, A
moderado, textura argilosa, fase floresta tropical subperenifólia, relevo forte
ondulado (25%) + ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico típico, A moderado,
textura argilosa, fase floresta tropical subperenifólia, relevo ondulado (25%);
.
Proximidades de Manhuaçu, LVAd4, LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico húmico,
A húmico, textura muito argilosa, fase floresta tropical subperenifólia, relevo
forte ondulado/montanhoso (20%) + LATOSSOLO VERMELHO Distrófico húmico, A
húmico, textura muito argilosa, fase floresta tropical subperenifólia, relevo
forte ondulado/montanhoso (20%) + CAMBISSOLO HÚMICO Distrófico latossólico, A
húmico, textura argilosa/muito argilosa, fase floresta tropical subperenifólia,
relevo forte ondulado/montanhoso (30%) + NEOSSOLO LITÓLICO Húmico típico, A húmico,
textura argilosa, fase campo rupestre, relevo montanhoso (15%) + AFLORAMENTO DE
ROCHA (15%);
.
Proximidades de Reduto, Manhumirim e Alto Jequitibá, LVAd23, LATOSSOLO
VERMELHO-AMARELO Distrófico húmico, A húmico, muito profundo, textura argilo
arenosa, fase floresta tropical subperenifólia, relevo montanhoso (45%) +
LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico típico, A moderado ou proeminente, muito
profundo, textura argilo arenosa, fase floresta tropical subperenifólia, relevo
montanhoso (30%) + CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico, A moderado, textura
argilo arenosa, fase floresta tropical subperenifólia, relevo montanhoso (25%);
.
Alto Caparaó, LVAd1, LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico húmico, A moderado,
textura argilosa, fase floresta tropical subperenifólia, relevo forte
ondulado/montanhoso + LATOSSOLO AMARELO Distrófico + CAMBISSOLO HÁPLICO Tb
Distrófico, fase florestal tropical subperenifólia, relevo forte
ondulado/montanhoso + LATOSSOLO VERMELHO Distrófico, A moderado, textura
argilosa, fase floresta tropical subperenifólia, relevo forte ondulado/montanhoso.
O papel
da elevação de altitude na dinâmica da paisagem
A
elevação de altitude que nessa região de dobramento é muito alta, se comparada
a maior parte do território brasileiro, chegando a 2892 metros acima do nível
do mar, revela uma dinâmica da fitogeografia muito diferenciada a partir do
escalonamento altimétrico da região.
O
parque está inserido, segundo a definição de Ab’Sáber, no Domínio
Morfoclimático Atlântico, mas a sua vegetação ao se elevar a altitude, se
modifica assim como o clima, o solo e outros fatores. Entre 800 e 1700 metros a
vegetação é formada por Floresta Pluvial Montana (foto 1), entre 1700 a 2400
metros a floresta é ocupada por campos de altitude e campus rupestres (foto 2)
e a acima de 2400 metros o predomínio é de campos incrustados em afloramentos
rochosos (foto 3). A diferenciação da fitogeografia é percebida como em andares
de altitude, onde se modificam suas características quando se modifica a
pressão atmosférica e a sua quantidade de umidade, aonde quanto mais alto,
maior a secura atmosférica.
Na
parte de domínio da Mata Atlântica é onde se localiza a maior quantidade de
biodiversidade do parque, sendo também a parte mais ameaçada e transformada
pela ocupação anterior a formação do parque.
Na parte onde predomina os campos de altitude, como o próprio nome
indica, a vegetação é adaptada a um solo mais pedregoso e de menor
profundidade, frios mais intensos, menor concentração de umidade e formação de
crostas de gelo, podendo ser caracterizada como um tipo de meio “natural”
difícil (J. DEMANGEOT; 2000) assim como os semi-desertos e desertos, as tundras
circumpolares, a floresta boreal e mesmo a montanha alpina.
Foto 1: Floresta Pluvial de Montana, altitude próximo a 1600 metros.
Foto 2: Campos de altitude ou Campus rupestres, altitude por volta de 2400 metros.
Foto 3: Campos incrustados em afloramentos rochosos próximos a altitude máxima do pico.
Como demonstrado
na foto 2, há ocorrência no parque de árvores da espécie Araucária
angustifólia, com nome popular de araucária, onde a ocorrência dessa espécie
hoje no parque é causa de eventos climáticos históricos, onde com a glaciação
de Würm-Wisconsin o clima foi mais seco e mais frio que o atual nesta última
glaciação que perdurou entre 12.000-18.000 anos atrás, onde Ab’Sáber defende a
teoria dos Refúgios Florestais, ao qual em regiões com altitude mais elevada no
sudeste brasileiro, que apresentam características mais frias e mais secas
ainda exibem núcleos de araucárias onde hoje não tem nenhuma ligação de
corredor ou mesmo fitogeográfica entre as áreas. Essa presença de araucárias na
região sudeste em alguns pontos é devido à expansão do espaço de ocupação do
território que sofreu à floresta de araucária na época da ultima glaciação,
onde Ab’Sáber (1977b) apresenta os paleoespaços fitogeográficos da América do Sul entre
13000-18000 anos, no máximo glacial (Figura 2).
Figura 2: Configuração dos
paleoespaços fitogeográficos da América do Sul durante o último máximo glacial
(AB’SÁBER, 1977).
As características de
altitude da Serra do Caparaó
O
clima hoje é caracterizado pela classificação de Köppen como o Cwb (C = clima
mesotérmico; w = chuvas de verão e outono; b = verões brandos), ou seja, é um
clima de temperaturas mais amenas (caracterização de subtropical ou temperado),
onde as chuvas se concentram de novembro a janeiro (de 35% a 50% da
precipitação anual) e o verão apresenta temperaturas menos elevadas como é
característica da latitude do parque, claro que devido a altitude o parque se
torna exceção climática nessa região.
O
Maciço do Caparaó é datado como os antigos dobramentos, sendo esses de idade
variando por volta de 2 bilhões de anos,
proveniente portanto da era Pré-Cambriana, mas que as rocas foram,
pode-se dizer, retrabalhadas no ciclo brasiliano (período Cambriano e era
Paleozoica) com rochas predominantemente metamórficas, como é de característica
de regiões provenientes de dobramentos, e essas rochas são com maior
importância os gnaisses, migmatitos e charnockitos. Com relação à geomorfologia
no parque o que predomina é a morfogênese, ou seja, a modificação do desenho da
paisagem, pois é evidente que a erosão, principalmente eólica e fluvial é mais
efetiva devido as fortes rajadas de vento e a incisão dos canais fluviais nos
“vales encaixados em V” (foto 4) e a pedogênese, principalmente nos pontos mais
elevados e íngremes da serra, é de fraca proporção, tendo solos muito
pedregosos e muito rasos. O tipo de solos característico da região que mais
chama a atenção de pesquisadores e mesmo de pessoas não ligadas a pesquisa é o
solo com aparência escura, de cor preta, que é bastante aparente em algumas
áreas com algum perfil plano (foto 5) que é o Organossolo. O Organossolo tem
como característica a sua cor escura devido a grande quantidade de matéria
orgânica presente em sua composição (0,2 kg/kg de solo ou 20% da massa), pois
em locais de temperatura mais baixas a decomposição de matéria orgânica é muito
lenta, assim sendo, acaba se incorporada ao solo. Outro solo também bem
característico da área é o Neossolo, que são solos poucos evoluídos e sem
horizonte B diagnóstico.
Foto 4: Vales “encaixados em V.
Foto 5: presença marcante de Organossolo.
Apesar
da altitude de exceção no território brasileiro e sua menor temperatura, não
ocorre a ocorrência de neve, pois segundo o gráfico – Limite das Neves e
Precipitações no Globo, pág. 243 - de
Jean Demangeot, em seu livro “ Os Meios ‘Naturais’ do Globo”, coloca em
comparação a latitude (Norte ou Sul) e a altitude onde tem a ocorrência ou
poderia ter de precipitação e neve. Na observação desse gráfico e em comparação
a latitude do parque Nacional do Caparaó (20o19’S e 20o37’S)
e a máxima altitude que é a do Pico da Bandeira (2892 m), a ocorrência de neve
não existe em permanência (o que devido a algum evento anormal pode ser que
aconteça em algum dia especifico), pois segundo o gráfico, para que ocorra
nessa latitude, é necessário que a altitude seja em torno de 5000 metros e a
precipitação próxima a 3000 metros é variável próximo a 800 mm/a.
O papel da drenagem
A
drenagem dos rios que tem suas nascentes próximas a topo do Maciço tem como
características a rede de drenagem ser incrustada em vales com formação em V,
com perfil de distância entre o divisor e o leito menor do rio formando em
desenho a aparência da letra V realmente e onde a maiorias dos leitos são
perenes.
A
Geomorfologia local tem o papel bem explicito na forma da rede de drenagem,
pois o local é de altitude elevada (figura 3 e 4) e tem nas águas correntes dos
rios e riachos o principal agente de morfogênese do maciço, ou seja, o papel de
agente erosivo atuante. Dessa maneira, a atuação do agente erosivo água e bem
atuante nesta região. Em algumas áreas mais planas, onde é de ocorrência a
formação do Organossolo, tem o acumulo de água, que também é característica
para a formação desse solo, além de matéria orgânica e frio.
Figura 3: Perfil
altimétrico do percurso feito entre Viçosa-MG e o Pico da Bandeira-Parque
Nacional do Caparaó. Elaborado por: José João Lelis leal de Souza.
Figura 4: Perfil
de altitude dos pontos de saída (Pousada - Alto Caparaó), Mirante, Casa de
Pedra, Perfil de Coleta de solo e chegada (Pico da Bandeira). Elaborado por:
José João Lelis leal de Souza.
Conclusões
O
trajeto de Viçosa-MG até o Pico da Bandeira apresentou uma diversidade de
características de Pedologia, Geomorfologia, Fitogeografia e Hidrográfica, onde
a formação dessas áreas tem um papel histórico muito atuante na caracterização
deste espaço.
Saímos
de um local com predominância de Latossolo e floresta tropical subperenifólia
com altitude próxima a 700 metros e por fim chegamos a um local de
predominância de afloramentos de rochas e solos do tipo organossolo e neossolo
com altitude próxima a 3000 metros. Entre esses dois locais, a mudança de
fatores vai se intercalando, claro, juntamente com a grande modificação do meio
“natural” pela população ocupante, e dessa maneira a paisagem vai se
modificando a partir do momento que os fatores e elementos (altitude, umidade,
exposição solar, declividade das encostas, pressão e outros) se modificam em decorrência
da ligação de uns com os outros.
Essa
diferenciação de paisagens “naturais” ficou evidente principalmente através do
relevo, da vegetação, da hidrografia, da temperatura e da umidade analisadas
através da observação e dos equipamentos utilizados como o GPS que mostrava a
temperatura e a altitude do percurso feito.
Referências
Bibliográficas:
AB’SÁBER, A.N.
Espaços ocupados pela expansão dos climas secos na América do Sul, por ocasião
dos períodos glaciais quaternários. Paleoclimas (3).São Paulo. 1977.
AB’SÁBER, A.N. Os
Domínios de Natureza do Brasil: Potencialidades paisagísticas. Ateliê
Editorial, São Paulo. 2003. 159p.
BROWN, J. H;
Lomolino, M, V. Biogeografia. 2. Ed. Ver. E ampl. – Ribeirão Preto, SP: FUNPEC
Editora, 2006.
DEMANGEOT, J. Os
Meios “Naturais” do Globo. Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa. 2000.
EMBRAPA - CNPS. Sistema
Brasileiro de Classificação de Solos. Brasilia: Embrapa-SPI; Rio de
Janeiro: Embrapa-Solos, 2006. 306 p.
PARQUE NACIONAL DO CAPARAÓ. Clima. http://www4.icmbio.gov.br/parna_caparao/index.php?id_menu=72
PARQUE NACIONAL DO CAPARAÓ. Geologia. http://www4.icmbio.gov.br/parna_caparao/index.php?id_menu=73
PARQUE NACIONAL DO CAPARAÓ. Vegetação. http://www4.icmbio.gov.br/parna_caparao/index.php?id_menu=74
PARQUE NACIONAL DO CAPARAÓ. Localização. http://www4.icmbio.gov.br/parna_caparao/index.php?id_menu=75
PARQUE NACIONAL DO CAPARAÓ. Hidrografia. http://www4.icmbio.gov.br/parna_caparao/index.php?id_menu=155
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